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Foto do escritorMarco Antonio Silva Jorge

Um pouco de Desapego

Não nos demoremos em lugares onde não nos sintamos vivos, amados, onde não respiremos direito, onde não possamos ser verdadeiros.

O desapego é difícil, pois requer o enfrentamento corajoso do que fizemos de nossas vidas, do que somos e sentimos, e encarar as escolhas erradas traz dor e culpa.

Além disso, quando rompemos com o que parece estabelecido em nossa jornada, mexemos também com as vidas que caminham conosco e teremos que trilhar uma árdua batalha, até que sejamos compreendidos, ou não.

O importante é que estaremos agindo em busca de nossa felicidade, partindo ao encontro de nosso lugar no mundo e na vida de alguém. Ninguém pode ser condenado por tentar ser feliz, quando o fizer de forma ética e sincera, sem desrespeitar a si mesmo nem a ninguém mais.

Quem nos ama de verdade acabará entendendo a necessidade de nossa atitude, torcendo pelo nosso sucesso, onde e com quem estivermos.

Nossa sobrevivência depende do adeus às ilusões, da coragem para iniciarmos as despedidas necessárias, tendo a consciência de que as infinitas possibilidades que se descortinarão a partir de então compensarão as perdas pelo caminho.

Ninguém é obrigado a aceitar com resignação e conformismo aquilo que pode – e deve – mudar. Todos, afinal, temos o direito de viver e de respirar com alívio, com a certeza de que o que deixamos para trás ficou exatamente onde deveria: lá atrás, bem distante, não tendo mais poder algum sobre nossas vidas e nossa busca pela felicidade.

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